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3 de dezembro de 2010

Eterna Lembrança


Vinte e seis de julho, ano 2007, o tempo estava meio nublado, nem sol nem chuva, dia tal que eu jamais me esquecerei.
Estava eu inocentemente soltando pipa embora sendo uma menina, nunca me interessei por boneca. Então eu que nem sempre brincava sozinha estava ali sem ninguém do meu lado, quando me lembrei do que dizia a minha mãe:
-Aconteça o que acontecer, nunca desça naquele lugar.
Lugar esse que era a mesma vila onde eu morava, mas em certas casas havia pessoas que faziam coisas ilícitas. De repente de uma hora para outra o vento mudou, ficou muito forte, e por ironia do destino me puxou exatamente para esse lugar, onde tinha pessoas que jamais tinha imaginado conhecer. Elas sentiram-se atraídas, pela minha simpatia e pelo meu jeito positivo de ver a vida. Entre tantas pessoas que eu conheci uma me chamou mais a atenção: um rapaz na faixa de 15 anos de idade mais ou menos, eu que na época tinha 11 ou 12 fiquei maravilhada com ele. Seu nome: Roberto. Era muito meigo e muito gentil. Nos olhos dele eu enxergava revolta, mas ao mesmo tempo ternura. Naquele mesmo dia pouco antes de me levarem embora, conversei bastante com Roberto e jogamos bola lá mesmo. Não demorou muito pra eu chegar à conclusão que tudo que minha mãe dizia não passava de um pretexto para que não acontecesse comigo o mesmo que um dia aconteceu com meu irmão, e tudo que ela me dizia era por medo de me perder. Mas eu nunca me importei.
O tempo foi passando e eu fui me ligando cada vez mais ao Roberto e ao mundo dele. Do modo como usava gírias e de como me fazia rir com facilidade. Se bem que não era muito difícil me fazer rir... Naquele tempo, eu era muito nova... 3 anos de diferença de idade. Ele me dizia que gostava muito de mim, mas que me esperaria crescer, e foi exatamente isso que aconteceu, passaram-se dois anos, e em todo esse tempo a gente ficou juntos, não como namorados, mas como amigos, irmãos. Mas queríamos muito mais que isso, aprendi coisas com ele, ensinei também, vivi momentos que de alguma forma fizeram grandes mudanças na minha vida.
Quando finalmente consegui que ele ficasse comigo, minha família o descriminava e de forma nenhuma o aceitava, e por esse motivo passei a mentir fugir, passar noites em claro, tudo isso só por ele... E assim foi Roberto completou 18 anos e foi pego pela polícia após um mês. O tempo se encarregou de me separar daquele homem que vou amar eternamente.
Hoje, quando penso que tudo começou por causa de uma pipa que o vento levou para um lugar que pra mim, um dia foi proibido, fico a pensar no destino... Se foi ele que nos une... porque nos separa?

Autora:Patrícia Pedroso de Lima  nº:28  Série:1col.B

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